Haydn - Concertos para Violoncelo (Segunda Parte)
Música Clássica

Haydn - Concertos para Violoncelo (Segunda Parte)


O Segundo Concerto para Violoncelo, em Ré Maior Hob. VIIb/2 (Op. 101) foi composto em 1783 para Antonín Kraft ele também violoncelista da corte do príncipe Eskenhazy. Esta obra composta uns anos depois do Primeiro Concerto para Violoncelo já assume uma forma muito mais próxima do concerto clássico com uma disposição rápido-lento-rápido.

Também relativamente a este concerto tal como o primeiro escrito durante os férteis anos em que Haydn esteve na corte do príncipe Eskenhazy subsistiram durante muitos anos dúvidas quanto à autoria desta obra no inicio atribuída ao próprio violoncelista. Grande parte das dúvidas deveram-se à extraordinária produtividade de Haydn mesmo tendo em consideração os seus padrões - não se esqueçam que Haydn, o pai das sinfonias escreveu por exemplo mais de 100 sinfonias, uma autêntica bofetada "avant la lettre" à maldição da nona mas isso é assunto para falarmos daqui por uns dias quando abordarmos as sinfonias de Haydn no ambito desta nossa revisão das 100 Obras que recomendo para se iniciarem à música clássica. No entanto estas dúvidas dissiparam-se quando foi encontrada uma assinatura de Haydn no manuscrito aliás apenas descoberto em 1951.

1º Andamento (Allegro moderato) : Uma clara forma de sonata com um fantástico primeiro tema, para mim uma das mais belas melodias escritas por Haydn. É aliás uma melodia que certamente vos soará familiar, tão próxima que nos parece. Para ilustrar este andamento escolhi uma gravação de 1935 de um violoncelista algo esquecido Emanuel Feuermann (1902-1942) muito possivelmente por ter falecido muito jovem com apenas 40 anos e em plena Segunda Guerra.




O 2º Andamento (Adagio) tal como acontece nos andamentos lentos do primeiro concerto é muito mais expressivo e mesmo lírico do que é tradicional nas obras do período clássico. Não chega a ser romântico, Haydn não se permite tal expansão emocional que continua contida numa forma perfeita mas ainda assim é dos andamentos em que mais facilmente podemos ouvir a sua  alma. Que me desculpem mas terei de voltar a Jacqueline du Pré numa gravação de 1967 com Barborolli e a Sinfónica de Londres.




Por fim o 3º Andamento - Rondo (Allegro)  em que vos propomos Mischa Maisky que nos parece adequado para o carácter alegre e conscientemente virtuoso exigido ao solista. A forma de Rondo com o alegre tema recorrente (mesmo quando volta numa tonalidade menor) contribui para uma impressão de ligeireza, luz e alegria com que termina o concerto. Atenção que em algumas cadências utilizadas neste andamento existem por vezes momentos algo sombrios que rapidamente são esquecidos por uma coda brilhante.






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