Música Clássica
Delibes - Lakmé
Delibes (1836-1891) é um compositor francês que se destingiu essencialmente em obras para bailado ou ópera. Além da obra de que hoje falaremos Delibes é essencialmente conhecido pelo seu bailado Copélia.
Lakmé foi composta entre 1881 e 1882 e estreada no ano seguinte a 14 de Abril pela Ópera Comique na sala Favart em Paris. O libretto de Edmond Godinet e Philippe Gille é baseado em duas obras "
Les babouches du Brahamane" de Théodore Pavie e do conto "
Le Mariage de Loti" de Pierre Loti. Como era moda na altura a obra centra-se no Oriente trazendo um tema que não é propriamente original: Uma jovem nativa apaixona-se por um oficial que acaba por a abandonar - com o fim trágico que se pode facilmente adivinhar. Mas a banalidade do tema acaba precisamente neste curto resumo porque o resto, tanto o libreto como a música são tudo menos isso.
A ópera foi desde a sua estreia um sucesso imenso para Delibes tendo atingido mais de 1000 interpretações antes do inicio da Segunda Guerra Mundial.
Poderão estar a pensar: Não conheço. Enganam-se. Esta ópera em três actos contem pelo menos duas passagens que é impossível não terem ouvido já uma boa centena de vezes, no mínimo. Vamos começar por vos falar do "dueto da flores" que irão certamente reconhecer e que neste caso vos proponho numa versão não encenada de Anna Netrebko e Elina Garanca.
Para quem não domina o francês o suficiente para conseguir perceber o poema aqui fica uma tradução livre (e felizmente isenta da necessidade de métrica) de uma parte do mesmo.
Sobre a espessa cobertura onde o branco jasmim se entrelaça à rosana margem em florrindo pela manhãVem! desceremos juntos.docemente [...]A outra ária mais conhecida, a "Canção dos Sinos" é uma referência no que diz respeito ao canto lírico. Desta vez iremos escolher uma gravação histórica da grande Callas.
Onde vai a rapariga índiafilha dos Páriasquando a lua brincaentre as grandes mimosasEla corre no musgoe não se lembraque em todo o lado se rejeitamas filhas dos Párias[...]Mas verdadeiramente o que espanta nesta ópera para aqueles de vós que após terem ouvido estes dois excertos tenham essa curiosidade, o que verdadeiramente espanta dizia é a enorme quantidade de melodias que nos parecem absolutamente deliciosas. Obviamente uma obra que se recomenda na sua totalidade.
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