Johann Sebastian Bach (1685-1750) - Missa em Si menor, BWV 232
Música Clássica

Johann Sebastian Bach (1685-1750) - Missa em Si menor, BWV 232


Diante de uma peça como esta o que nos resta é ficar em silêncio. Acredito que essa missa fenomenal tem o poder de erguer os mortos de seus túmulos. De dá fé aos incrédulos. De libertar as almas cativas da escuridão solapante da ignorância. Fecundar jardins onde só existam desertos. É um trabalho que dirime qualquer dúvida com relação à genialidade de Bach. O compositor alemão transformou a fé cristã em música e isso nos enternece. Você pode não comungar com o cristianismo. Detestá-lo. Mas ao ouvir Bach, um sentimento inquiridor lhe atravessa a alma: "Será?" As vezes fico a pensar: "Bach não foi humano. Ele foi um sonho. Um ente angificado". Todavia, este fato contraria a natureza. Choca-se contra as leis que regem o cosmos. E isso resulta numa hipótese consequente: se ele foi homem esse fato engradece as pontencialidades humanas. Ou seja, o quanto o ser humano é complexo e extraordinário; capaz de grandes realizações. Quando nos referimos a Bach, as palavras devem soar hiperbólicas por um simples fato: ele é grande. Portanto, é mister afirmar que Bach não foi um músico: ele é a própria música. Bach é uma catedral no qual entramos e nos perdemos pela sua grandiosidade. É aquela mesma relação que existia na Idade Média. As catedrais eram enormes, porque queriam transmitir a ideia de excelsitude da divindade. O crente ao ingressar no templo se perdia e ficava com aquele senso que estava mergulhado no divino, nas dimensões inumanas da existência. Bach possui essa equivalência. Sua música é uma porta que nos permite ter acesso a um mundo que não é mundo. É o próprio limiar da eternidade. Há uma passagem no livro do profeta Isaías que é sintomática. Diz o autor sagrado que certa vez Isaías foi ao templo em Jerusalém e lá chegando teve uma visão de Deus. "...eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo" - palavras do profeta. A visão da sublimidade da divindade gerou em Isaías a consciência de suas limitações. Ele proferiu mais ou menos assim: "Ai de mim! Estou perdido! Sou um homem de lábios impuros. Habito no meio dum povo de lábios impuros, cheios de ignorância, e os meus olhos viram aquilo que não pode ser medido pela lógica dos homens, nem pode ser medido por qualquer entendimento que se possa conceber". Bach, inevitavelmente, fecunda em nós o desejo de beatificação. Provoca em nós contrição, mansuetude e silêncio. Não deixe de ouvir este registro soberbo e magnífico. A regência fica por conta de Sergiu Celibidache. Boa prece contrita!

Johann Sebastian Bach (1685-1750) - Missa em Si menor, BWV 232

DISCO 1

I. KYRIE
01. Chorus: Kyrie Eleison
02. Duet: Christe Eleison
03. Chorus: Kyrie Eleison

II. GLORIA
04. Chorus: Gloria In Excelsis
05. Chorus: Et In Terrra Pax
06. Aria: Laudamus Te
07. Chorus: Gratias Agimus Tibi
08. Duet: Domine Deus
09. Chorus: Qui Tollis Peccata Mundi
10. Aria: Qui Sedes Ad Dexteram Patris
11. Aria: Quoniam Tu Solus Sanctus
12. Chorus: Cum Sancto Spiritu

DISCO 2

III. CREDO
01. Chorus: Credo In Unum Deum
02. Chorus: Credo In Unum Deum, Patrem Omnipotentem
03. Duet: Et In Unum Dominum
04. Chorus: Et Incarnatus Est
05. Chorus: Crucifixus
06. Chorus: Et Resurrexit
07. Aria: Et In Spiritum Sanctum
08. Chorus: Confiteor
09. Chorus: Et Exspecto Resurrectionem

IV. SANCTUS
10. Chorus: Sanctum
11. Chorus: Osanna In Excelsis
12. Ara: Benedictus Qui Venit
13. Chorus: Osanna (Da Capo)

V. AGNUS DEI
14. Aria: Agnus Dei
15. Chorus: Dona Nobis Pacem

Na Amazon

Münchner Philharmoniker
Bach Choir of the Johannes Gutenberg University Mainz (Chorus Master: Joshard Daus)
Sergiu Celibidache, regente
Barbara Bonney, soprano
Ruxandra Donose, mezzo-soprano
Cornelia Wulkopf, alto
Peter Schreier, tenor
Yaron Windmüller, barítono
Anton Scharinger, baixo

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