Nos séculos XV e XVI a música vocal polifônica passa a conviver com a música instrumental nascente. Destacam-se a polifonia franco-flamenga (França e região de Flandres parte da Holanda e Bélgica atuais), a polifonia da escola romana e a música dos madrigalistas italianos.
Polifonia Franco-Flamenga: Herdeira direta da polifonia da Ars Nova, a música da França e região de Flandres realiza profundas mudanças na linguagem polifônica. As vozes deixam de ser heterogêneas (sonoridades mistas resultantes de textos diferentes simultâneos) e entrecortadas, tornando-se alargadas e homogêneas. A rítmica extremada cede lugar à naturalidade das linhas melódicas, não submetidas às proporções matemáticas da Ars Nova. O moteto dá lugar à canção, ao madrigal e à missa
Primeira geração: ? Destacam-se Gilles Binchois (1400-1460) e Guillaume Dufay (1400-1474), que, tendo participado por nove anos do coro da capela papal em Bolonha, acrescenta à polifonia a sinuosidade das melodias italianas.
Segunda geração: ? É marcada pela música de Johannes Ockeghem, com quem a polifonia, de no máximo quatro vozes, é ampliada até 36 vozes simultâneas, caracterizadas por fluxo contínuo, ritmo brando e complexo. Johannes Ockeghem (1420-1491) nasce em Termonde, na região de Flandres Oriental, e estuda com o mestre polifonista Binchois. Em 1452, torna-se mestre-capela dos reis da França, em Paris, e tesoureiro da Abadia de Saint Martin de Tours, em 1459. Dele foram conservadas 17 missas, sete motetos e 22 canções e o primeiro réquiem polifônico conhecido.
Terceira geração: ? Destaca-se Josquin des Près, que volta a empregar conduções vocais em movimentos paralelos, com uma melodia marcada por rítmica mais uniforme. Os motetos são retomados, com um forte simbolismo musical que realça o conteúdo expressivo das obras. É dessa época também o surgimento dos primeiros editores de música: Veneza (1501) e Paris (1527).
Quarta e quinta gerações: ? É representada por Adrian Willaert (1480-1562), discípulo de Josquin, e por Orlando di Lasso (1532-1594), compositor de 70 missas, 100 magnificats e mais de 200 madrigais, entre outras obras.
Escola Romana: No século XVI, em Roma, um grupo de compositores faz música predominantemente religiosa, fundindo elementos da escola franco-flamenga com a riqueza das melodias italianas. A escola romana retoma o canto gregoriano na composição polifônica, atendendo às exigências da Contra-Reforma. Seu principal representante é Giovanni Pierluigi da Palestrina (1525-1594), cuja obra é modelo para as escolas posteriores. A independência entre as vozes melódicas, o equilíbrio harmônico (nenhuma voz sobressai a outra) e a melodia agradável são ressaltados nos tratados de Berardi, no século XVII, e de Fux, já no século XVIII.
Madrigalistas Italianos: Do século XVI ao XVII, impera na Itália o madrigal, a conjunção perfeita entre música e texto. O madrigal é herdeiro direto das chansons francesas, que já possuem caráter descritivo, como o canto de pássaros, os gritos de pregão nas ruas, a narração de batalhas. Baseia-se na prática polifônica e na homofonia nascente, além da monodia medieval. A música, inspirada pelo texto, é fortemente descritiva. Certos recursos sonoros são utilizados em situações determinadas: movimentos cromáticos se associam à tristeza, um intervalo de quarta ou quinta descendente corresponde ao choro etc. Por seu caráter dramático, o madrigal é o elo de ligação entre a música modal medieval e renascentista e a música tonal do barroco, classicismo e romantismo. Seus principais compositores são Luca Marenzio (1554-1599), A. Gabrieli (1510-1586), Carlo Gesualdo di Venosa (1560-1613) e Cláudio Monteverdi (1567-1643).
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