Claramente estamos aqui a falar do Poema de Friderich Schiller escrito por volta de 1785 que celebrava o ideal de unidade e de igualdade e paz entre os homens. Notem que na altura estávamos numa sociedade onde ainda existiam classes com privilégios institucionalizados e mesmo monarquias de direito divino (a revolução francesa estava ainda a quatro anos de distância) pelo que este texto era só por si autenticamente um libretto revolucionário.
O poema em si foi adaptado por Beethoven sendo a tradução que aqui apresentamos a que está na Wikipedia (mais tarde prometo rever o texto para me assegurar da bondade da mesma). Claro que este poema ganha uma dimensão diferente com a música de Beethoven e vice-versa ... É difícil hoje perceber a dimensão totalmente revolucionária deste texto e desta música. Hoje em dia é o Hino da União Europeia o que é uma ideia fantástica. Só não sei é se a União merece o Hino que tem ou melhor, também tenho dúvidas que mereça sequer o nome.
Para ilustrar teria que ser a famosa ocasião em que Bernstein interpretou esta obra com a Filarmónica de Berlim e músicos vindos de um pouco toda a Europa para celebrar a queda do muro... Com a famos substituição de "Alegria" por "Liberdade" ....
[Barítono] Amigos Mudemos de tom, entoemos algo mais agradável e cheio de alegria
[Barítonos, Quarteto, Coro] Alegria, mais belo fulgor divino, Filha de Elíseo, Ébrios de fogo entramos Em teu santuário celeste! Teus encantos unem novamente O que o rigor da moda separou. Todos os homens se irmanam Onde pairar teu vôo suave. A quem a boa sorte tenha favorecido De ser amigo de um amigo, Quem já conquistou uma doce companheira Rejubile-se connosco! Sim, também aquele que apenas uma alma, possa chamar de sua sobre a Terra. Mas quem nunca o tenha podido Livre de seu pranto esta Aliança! Alegria bebem todos os seres No seio da Natureza: Todos os bons, todos os maus, Seguem seu rastro de rosas. Ela nos dá beijos e as vinhas Um amigo provado até a morte; A volúpia foi concedida ao verme E o Querubim está diante de Deus!
[Tenor solo e coro] Alegres, como voam seus sóis Através da esplêndida abóboda celeste Sigam irmãos sua rota Gozosos como o herói para a vitória.
[Coro] Abracem-se milhões de seres! Enviem este beijo para todo o mundo! Irmãos! Sobre a abóboda estrelada Deve morar o Pai Amado. Vos prosternais, Multidões? Mundo, pressentes ao Criador? Buscais além da abóboda estrelada! Sobre as estrelas Ele deve morar.
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