Música Clássica
Schoenberg (1874-1951) e Sibelius (1865 - 1957) - Concertos para Violino
Por estes dias eu tenho ouvido as peças de Bach. Tenho me disciplinado para ouvir as obras que tenho, pois se assim eu não fizer, não poderei apreciar o meu arsenal de música erudita. Hoje, acabei quebrando a minha disciplina, a minha regra auto-imposta. Bateu-me uma vontade medonha de ouvir o concerto para violino de Schoenberg. Acredito que o faço por uma boa causa. Trata-se de uma das peças mais importantes da história da música do século XX, e posso dizer, da história da música. É em certo sentido, a peça, um divisor de águas em todos os aspectos. Foi composta na década de 1930, logo após Arnold ter chegado aos Estados Unidos, fugido da megalomania hitlerista. Musicalmente, a peça é dodecafônica. A Wikipédia no verbete dodecafonismo afirma:
"O dodecafonismo (do grego dodeka: 'doze' e fonos: 'som') é um estilo composicional, englobado na música erudita e criado na década de 1920 pelo compositor austríaco Arnold Schoenberg. No Brasil um dos maiores nomes do estilo é o paranaense Arrigo Barnabé. O dodecafonismo é uma técnica de composição na qual as 12 notas da escala cromática são tratadas como equivalentes, ou seja, sujeitas a uma relação ordenada e não hierárquica. Schoenberg foi o expoente da atonalidade no modernismo musical. Ainda que vários outros compositores experimentassem abandonar o esquema arraigado da tonalidade jamais o abandonaram completamente fosse pela bitonalidade ou pela politonalidade. Igor Stravinsky é exemplo dessas últimas. Schoenberg, porém, logo considerou a linguagem atonal, ou seja, a não estruturação da composição sobre um eixo harmônico central, demasiadamente sem regras. Construiu então um método para organizar os doze tons da escala cromática igualmente. Essa técnica foi apresentada como "sistema dos 12 tons" que logo ficou conhecida como dodecafonismo serial. Através de séries preestabelicidas de 12 sons diferentes e independentes entre si é que eram feitas as composições".
Outro aspecto da música é a angústia e a tensão constantes. Schoenberg parece prever o que aconteceria mais à frente. O CD ainda traz o compositor finlandês Jean Sibelius, que dispensa comentários. O seu concerto para violino é um dos mais conhecidos. A interpréte, a senhorita Hilary Hahn, é imensamente ousada e competente. Possui uns trejeitos juvenis, mas desvela o violino muito bem. Para tocar esse concerto [o de Schoenberg], de fato, tem que se ser um excelente músico pelo grau de dificuldade que a peça apresenta. Tenho um outro cd com ela tocando o Concerto para violino de Beethoven, op. 61 e o de Mendelssohn, op. 64 e posso afirmar que uma das grandes gravações que já ouvi para estes concertos. Fica a certeza de uma boa gravação. Certamente que o desvio da rota não foi negativo. Bach que me perdõe! Have Joy!
Arnold Schoenberg (1874 - 1951)
Violin Concerto, Op.36
1) 1. Poco Allegro 11:36
2) 2. Andante grazioso 7:30
3) 3. Finale. Allegro 10:38
Jean Sibelius (1865 - 1957)
Violin Concerto in D minor, Op.47
4) 1. Allegro moderato 17:20
5) 2. Adagio di molto 8:36
6) 3. Allegro, ma non tanto 7:16
Hilary Hahn
Swedish Radio Symphony Orchestra
Esa-Pekka Salonen
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